terça-feira, dezembro 26, 2006

Aqui e Agora


Sento-me e espero.
Tenho algo para me dizer, e já há algum tempo que não me oiço.
Sem Tempo, nem Espaço, corro para onde não me chamam.
Suspiro pela Lua, quando só estou quente ao Sol.
Olho para mim…
Nos meus braços vejo as mangas do casaco estranhamente curtas, indício de quem cresceu depressa demais, e não deu por isso.
Sinto os pés doridos, da longa caminhada ou por também já não caberem nos seus sapatos... Quanto tempo passou?
Respiro, fecho os olhos…

Sussurro-me, em jeito de segredo.
Quebro o feitiço que me prende ao medo.

domingo, dezembro 24, 2006

So quiet...

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Efeito Borboleta

Ansiosa, ouvi-te chegar.
Pelo olhar, soube logo que trazias uma grande surpresa.
A sorrir disseste: - Ela poisou no meu ombro!!! Confiou em mim!
Foi assim que, alegre e impressionado, me contaste a história da borboleta que preferiu o teu ombro desprotegido à rocha que lhe escondia o padrão, dando-lhe a segurança que um ser tão frágil procura.
O segredo que te contou, nunca soube, nem nunca perguntei. A tua alegria bastou-me, bastava-me.
Poisou em ti, num eterno instante, o suficiente, e partiu.
Bateu as asas. Viste-a ir. Foi bonito! De relance, agradeceste-lhe o momento perfeito.
Pensa agora…
Se ela não existisse?
Se não tivesse poisado em ti? Ou se nunca mais te tivesse largado?

Tudo poderia ter sido diferente, tudo tem as suas consequências, mesmo o bater das asas de uma borboleta…

Eu… até já contei o meu segredo… deixa-me voar!

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Smile!


Porque não começar a semana a sorrir?
Contrariar feiticeiros da noite, que nos trazem maus presságios…
Não é verdade que o Inverno dure para sempre,
Não nos devemos habituar ao vento, à chuva e ao frio…
…mesmo que às vezes nos saibam bem…
…e sirvam de desculpa para estarmos na conchinha…
Tudo passa…
E vai haver outra Primavera! Vai, sim!

Sra. Primavera... ‘Não demores… o tempo passa a correr, só quando dói, é que não’

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Para ti, Princesa!


‘A Saudade é a tristeza que fica em nós quando as coisas que gostamos se vão embora’
Sophia de Mello Breyner Andresen
Gosto muito, muito de ti!
Lindeza!!!

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Quente & Frio

Consigo ver e sentir tudo.
O bom, o mau, e o muito bom.
Tudo o que fui, o que não fui e o que devia ter sido.
O que esteve no meio. O que nunca lá esteve
O que dei, o que recebi, o que nunca veio.
O espaço e o tempo: nossos cúmplices no início, e agora inimigos!!!
Agora é tudo tão claro, tão simples. Outrora natural e intenso.
Já consigo sorrir, poucas palavras, olhar. E não chorar!!!
Afinal, nós sabemos tudo.
Afinal, podíamos ser tudo.
Mas optámos pelo nada.

Vou largar a minha mão da tua, de vez, e seguir…

terça-feira, dezembro 12, 2006

Parabéns!


Um dia, um amigo meu perguntou-me:
"É a luz das estrelas ou a escuridão da noite que procuras quando olhas para cima?"
Ainda não lhe consegui responder, nem sei se alguma vez serei capaz.

Mas, como hoje é o teu dia, olha para cima, pensa nisso, pode ser que vejas uma estrela cadente e pede um desejo!

Poção Mágica


A temperatura certa, bem quente, apaga a mente e aquece o coração.
Água a correr ferozmente, lançando nevoeiro, lembrando o passado.
Vão caindo grãozinhos de sais de banho, fazendo emergir estrondosas montanhas de espuma, que lutam entre si pelo lugar mais seguro.
A luz das velas é a única companhia.
O cheiro está no ar, nas paredes e vidros pequenas gotas.
Finalmente o quase silêncio.
Chegou o momento, lentamente mergulho o meu corpo, e, a pouco e pouco, deixo que os icebergs quentes o escondam.

Estou tão bem assim…

segunda-feira, dezembro 11, 2006

E tudo o vento levou


Ontem, levantei-me a meio da noite. Silenciosa, para não acordar nenhum dos sonhos que vagueavam pelo quarto.
Fui numa missão, sozinha, outrora planeada de forma diferente.
Agasalhei-me e caminhei até lá, ao sítio especial, a Capela.
Sentada, na noite fria, consegui ouvir a lua, mas não tive coragem para lhe pedir coisa alguma. Penso que ela se vingou por, em tempos, felizes, ter brincado à frente dela.
Num papelinho escrevi todas aquelas coisas que me pesam no coração. Não quero esquecê-las, fizeram-me o que sou hoje e são parte de mim. Quero só que vão para bem longe…e me deixem voltar a viver.
No cordel do Balão lilás atei o papelinho e deixei-o voar.
Pareceu-me feliz por partir, ia a dançar e a cantar.
Como paguei a viagem do balão com alguma da alegria e espontaneidade que ainda me restam, fiquei lá, quase para sempre, a vê-lo partir, e a sorrir com ele.

Boa Sorte Sr. Balão!!!

sábado, dezembro 09, 2006

Post - it

Não esquecer

O cheiro a baunilha
O sabor dos bombons da caixa coração
O frio do mar em Novembro
O calor do chão de Agosto, quando dançamos descalços
O balanço do barco pirata
O lugar a que pertence cada coisa
O apetite e a falta dele
O peso da culpa
O dar as mãos
O ano!

A Guerra, A Paz, A Luta, O Medo, O Amor e a Saudade

quinta-feira, dezembro 07, 2006

My Baby Just Cares For me

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Há coisas!!!

Empurrei-me para fora da cama.
Vesti-me de preto, dando continuidade ao meu lema semanal:
‘Podia ser tudo tão fácil… mas não é’
Saí porta fora.
Tinha um arco-íris fantástico à minha espera.
Mudei o meu pensamento:
‘Podia ser tudo a preto e branco… mas não é!’

E lá fui eu, entre gotas e luz…

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Crescer


Ultimamente tenho dormido em casa da minha avó, a cumprir a minha missão de dama de companhia à última Rainha!
A minha avó mora num castelo onde reina com delicadeza e encanto.
Foi aqui que cresci, que passei a minha infância, mas apesar disso, agora, parece-me que este castelo estranha a minha presença, não me quer, não me reconhece, ou não me respeita…
As formas, as cores, as luzes, as texturas, os cheiros são os mesmos.
Subo pelos mesmos degraus, espreito pelas mesmas janelas, durmo na mesma cama.
Mas já não o sinto, as suas muralhas já não me protegem, já não me mimam.
Este castelo está zangado e aponta o seu dedo gigante para mim interrogando-me: O que andas tu a fazer? Os espelhos, enfeitados de cristais, também perguntam: Quem és tu, que já não ris?
Entre sonos, vou ganhando tempo para passear pelos corredores intermináveis onde sou espiada pelos olhos dos quadros que ganham vida. Os mais curiosos são os antepassados de bigode revirado e cartola debaixo do braço!
Percorro, a medo, as sedas e as finas texturas, que se encolhem à passagem dos meus dedos.
Ouço, no falso silêncio, as dezenas de relógios de ponteiros que me tentam desconcentrar enquanto brinco com o jogo de luzes produzido pelos imensos cristais do lustre do salão.
Balanço no tempo, imagino-me a menina que fui, ao colo da minha avó, enquanto a vejo deitada.
Procuro aqui porto seguro, quando sei que já soltei amarras há muito, para correr atrás de um sonho que agora não me deixa dormir…
Ontem à noite, no castelo, no quarto de princesa, quando estava quase acordada ou ainda a dormir, pareceu-me ouvir uma fada a dizer baixinho:
…podemos sempre chegar à conclusão que crescemos enquanto pessoas…