Ansiosa, ouvi-te chegar.
Pelo olhar, soube logo que trazias uma grande surpresa.
A sorrir disseste: - Ela poisou no meu ombro!!! Confiou em mim!
Foi assim que, alegre e impressionado, me contaste a história da borboleta que preferiu o teu ombro desprotegido à rocha que lhe escondia o padrão, dando-lhe a segurança que um ser tão frágil procura.
O segredo que te contou, nunca soube, nem nunca perguntei. A tua alegria bastou-me, bastava-me.
Poisou em ti, num eterno instante, o suficiente, e partiu.
Bateu as asas. Viste-a ir. Foi bonito! De relance, agradeceste-lhe o momento perfeito.
Pensa agora…
Se ela não existisse?
Se não tivesse poisado em ti? Ou se nunca mais te tivesse largado?
Tudo poderia ter sido diferente, tudo tem as suas consequências, mesmo o bater das asas de uma borboleta…
Eu… até já contei o meu segredo… deixa-me voar!