quarta-feira, outubro 04, 2006

O Amor


Inevitavelmente, voltamos sempre ao mesmo: o amor!...
Tudo já foi dito e redito, tudo teve o seu direito e o seu avesso, no entanto, quando o dizemos de dentro, é como se tudo num breve instante se esbatesse e reencontrássemos a voz primordial. É assim com a pessoa amada, é assim com todas as canções de amor.
Claro que gostamos de finais felizes, claro que fazemos sentir a nossa falta, claro que nos irritamos, claro que projectamos na voz da pessoa amada os nossos mais secretos desejos…
Claro que nos desiludimos para voltarmos ao mesmo: o amor!
Atravessamos um deserto cego e frio e só depois nos damos conta; deixamos livros marcados para que o outro dê conta de nós; rasgamos a pele e a roupa para que, num desespero de carência, se ofereça o essencial… e, no entanto, só perante o amor avaliamos a nossa total fragilidade. É o suspenso momento de todas as indefinições, de todos os medos, de todas as dúvidas… Mas, simultaneamente, o grande delta de toda a razão de ser, a grande casa inacabada.

João Monge in CD O Assobio da Cobra

Revi-me nestas palavras, resolvi partilhar...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.
O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra.
A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a Vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira.
Miguel Esteves Cardoso in Expresso

2:55 da tarde  

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