quarta-feira, julho 19, 2006

Esvoaçando...


Depois de um período que me pareceu interminável, voltei a andar sobre quatro rodas.
A alegria quase me fez esquecer os calos e as dores de pernas, maleitas recentes provocadas pelas minhas longas caminhadas.
Já conseguia ir ter contigo… essa ideia enchia-me o coração.
Ao espelho, procurei ficar bonita.
Revigorada, cheia de força, alegre, pus-me a caminho.
A cantarolar, imaginei as conversas, os risos, os abraços da noite que ainda agora estava a começar…
Senti-me a voar. Por entre as nuvens, lá em cima, vi como tudo se transforma em pequenino quando nos sentimos grandes por dentro. E que tudo pode ser relativo, quando ainda não conseguimos definir a nossa realidade.
Corri, voei, voei, voei e voei… mas nunca mais chegava…
Tentei vários caminhos, pedi indicações, consultei mapas e arrisquei trilhos.
Se, por momentos, algo me parecia familiar, logo a seguir gelava com a ideia de estar perdida.
A expectativa inicial foi-se transformando em ansiedade, e as alturas começavam a provocar-me vertigens…
Senti que estava cada vez mais longe, por isso voltei, já não havia nada a fazer.
Não estava triste nem zangada… mas tinha tanto sono.

Talvez tenha sido só um sonho mau…