A Viajar
A escolha era difícil…
Na mão esquerda segurava o algodão doce, aquela nuvem pegajosa quase maior do que eu, que me custava manter direita.
Na outra mão esvoaça o bilhete para o carrossel.
Apesar de pequenina, sabia que era uma oportunidade única, a feira raramente ia à aldeia, e aquela era a última noite.
Não foi a música melancólica, nem as luzes dissonantes, nem tão pouco os bonecos já gastos que me empurraram para o rodopio embriagante.
Pelo simples prazer da aventura – deixei a minha nuvem de açúcar – e pus os meus pés vestidos de verniz na primeira charrete que encontrei. Apesar de ter lugar para dois, estava sozinha. Alisei o meu vestido lilás sobre os joelhos, endireitei as costas, enrolei um caracol solto, e lá estava eu… que nem uma princesa na sua charrete pronta para uma breve viagem.
As sirenes tocaram e deixei-me ir!
Ainda lá estou... era preciso comprar bilhete de volta?
1 Comments:
Se quiseres voltar, como estás a andar à roda, pede ao Sr. que te deixe junto da tua nuvem de açucar...
Beijo e boa viajem, linda principeza.
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